terça-feira, 8 de março de 2011

Por que comemorar o 8 de março?


“A igualdade de acesso à educação, à capacitação e a ciência e a tecnologia: o caminho para o trabalho decente da mulher”.

O primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado de maneira oficial em 1911 após uma decisão da Conferência Internacional das Mulheres Trabalhadoras, que havia sido realizada no ano anterior em Copenhagem. Nesta ocasião, a demanda principal em países como a Áustria e a Alemanha era o direito ao voto, enquanto nos Estados Unidos as mulheres se manifestavam contra as condições de trabalho precárias, que eventualmente terminaram provocando um incêndio em uma fábrica de vestidos. O saldo foi de 146 trabalhadores mortos, em sua maioria mulheres imigrantes.

Cem anos depois, mesmo que muitos avanços tenham sido conquistados, ainda resta muito por fazer para conquistar a igualdade de gênero no mundo do trabalho. “A crise serviu para destacar e agravar as desigualdades existentes. Alcançar a igualdade de gênero continua sendo um importante desafio. Se queremos alcançar a uma recuperação sustentável e equitativa da crise, bem como uma globalização justa, precisamos de soluções que levem em conta a dimensão de gênero”, disse o Diretor Geral da OIT, Juan Somaviã - Org. Internacional do Trabalho.
Várias histórias e mitos foram se formando ao longo de um século. Mas, as reivindicações e mobilizações das mulheres contra a discriminação e pela construção de um mundo com igualdade é a marca indelével do Dia Internacional das Mulheres.

“É necessário que a mulher não caia nas armadilhas da indústria e do consumo e promova mais uma revolução: uma alternativa real que aponte para uma nova forma de viver”
Para avaliarmos a condição das mulheres nos dias de hoje, podemos utilizar o desenrolar da História e obter um quadro esclarecedor.

Na década de 50, surge a pílula anticoncepcional. Estava acontecendo, naquele momento, uma verdadeira revolução na vida dos casais e, em especial, da mulher. A possibilidade de fazer sexo sem o risco da gravidez permitia uma autonomia em relação ao prazer feminino nunca antes imaginada.

Posteriormente, na década de 60, ocorre uma outra revolução, agora nos costumes, com as mulheres começando a quebrar o tabu da virgindade e tendo uma nova postura em relação ao casamento. percebemos que a tradicional família patriarcal vem sendo cada vez mais desconstruída, com todos os prós e contras que isto acarreta. Tanto homens como mulheres estão se adaptando a este novo contexto relativamente recente. Aqui está um dos principais desafios para a mulher de hoje.

Nos anos 70, as separações e os divórcios passaram a se tornar cada vez mais comuns, colaborando para acelerar o processo de mudanças que caracterizou a 2ª metade do Século XX.
Nas décadas de 70, 80 e 90, as mulheres acirraram a competição com os homens no mercado de trabalho, passaram a viver os seus relacionamentos com independência maior, mas também cada vez mais conscientes dos preços a serem pagos por esta emancipação: menos tempo em casa para cuidar dos filhos, rotina mais estressante, etc.

No momento presente, ocorre uma imersão no mundo tecnológico com adecadência dos impérios, percebemos que o horizonte sonhado pelos idealistas dos anos 60 ainda está bem longe de se realizar: as assimetrias sociais são enormes, a violência cresceu assustadoramente, há muitas disputas e guerras entre os povos, intolerância religiosa e, mais recentemente, o drama envolvendo o ecossistema do planeta e a crise financeira de proporções avassaladoras. É neste ambiente que as mulheres têm o seu mais novo desafio, num sistema comprovadamente inviável e com os próprios homens, maiores detentores do poder, sem saber exatamente o que fazer e como agir.

Mais do que nunca, a participação das mulheres será decisiva para que a humanidade consiga superar os enormes problemas que vêm surgindo. Numa sociedade dominada pela a usura e a falta de respeito pela dimensão sagrada do universo em que vivemos poderá, realmente, nos destruir.

É necessário que a mulher não caia nas armadilhas da indústria e do consumo e promova mais uma revolução: uma alternativa real que aponte para novos hábitos e para uma nova forma de viver, com mais harmonia e solidariedade, em maior integração com a natureza e com o cosmos. Está lançado o desafio!
MAPA DA VIOLÊNCIA 2011
Em cada três pessoas assassinadas no Brasil, duas são de negras. É que revela Mapa da Violência 2011, elaborado pelo Instituto Sangari, com base em dados do Ministério da Saúde. O estudo, publicado anualmente pelo instituto, apresenta situação e evolução da mortalidade violenta no Brasil, desagregados por faixa etária, região geográfica, gênero e raça. Tem havido um forte crescimento na vitimização da população negra, desde 2002. Naquele ano, morriam proporcionalmente 46% mais negros que brancos, percentual que chega a 103% em 2008, ano em que foram registradas as mortes dos dados analisados no estudo 2011. A probabilidade de ser morto também aumenta de acordo com o sexo (masculino) e idade (15 a 29 anos). Adolescentes e jovens negros lideram o grupo sob maior risco de ser assassinado no Brasil.

Fonte: Secretaria de Políiticas para as mulheres - Governo Federal